Foto: Charles Guerra (Diário)
Familiares de Soliman realizaram protesto no dia seguinte ao fato
A família do motoxista José Luiz Soliman, 57 anos, entrou com ações indenizatórias contra William Ávila, 18 anos, motorista do Fiat Linea acusado de atropelar Soliman, e contra Guilherme Cheuiche Peccinin, também 18, motorista do Honda Fit, que estaria disputando racha com William. De acordo com o autor das ações, o advogado Cristiano Urach, os responsáveis pelos jovens também responderão aos processos. O valor solicitado não foi divulgado a pedido da família do mototaxista.
Conforme Urach, a quantia inclui o dano moral causado pela perda da família e o cálculo do tempo de pensionamento, ou seja, o período de trabalho na ativa que o mototaxista teria se estivesse vivo. Na ação que pede o reparo financeiro, a defesa justifica que Soliman sustentava a mulher e o filho mais jovem.
O processo foi protocolado no Fórum de Santa Maria na última quarta-feira, mas a defesa dos acusados ainda não foi notificada. Após a notificação, será marcada audiência de conciliação entre as partes para possível acordo.
O advogado Christiano Pretto, que atua na assistência da acusação do processo criminal que apura a responsabilidade dos jovens na morte do mototaxista, diz que a família de Soliman nunca foi procurada pelas famílias dos dois motoristas. Eles respondem por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado (por conta do carona do mototaxista, Marcelo da Rosa Godoy, 43 anos, que ficou ferido no acidente), ambos com dolo eventual.
- A conduta deles (acusados) comprova a falta de intenção dos mesmos em oferecer pelo menos um salário mínimo para auxiliar a família. O dinheiro não vai trazer Soliman de volta, mas vai amenizar o sofrimento financeiro da mulher e do filho dele - diz Pretto.
O advogado de William e Guilherme, Daniel Tonetto, disse que está buscando um acordo com a família do mototaxista.
O processo criminal aguarda a primeira peça processual da defesa. Depois disso, serão marcadas audiências de instrução para ouvir as testemunhas.
Guilherme e William chegaram a cumprir prisão preventiva na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm), mas estão em liberdade provisória desde 28 de março, após o TJ-RS julgar o habeas corpus impetrado pelo advogado Tonetto.
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O atropelamento aconteceu na madrugada de 25 de fevereiro, na Avenida Medianeira, esquina com a Rua Duque de Caxias.